Na rua, no asfalto...salve o futebol!

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Alguns estavam descalços, outros de tênis, mas ninguém usava chuteira. A bola tinha alguns gomos faltando, era branca e parecia ser de handball, mas que importa isso ?

O jogo é de futebol, são vários meninos correndo atrás da “pelota”, todos querendo sentir a emoção de fazer um gol, driblar com perfeição, dar um chapéu, um lençol, uma caneta...

Esses garotos são apaixonados pela bola rolando, não usam uniformes e o asfalto serve como campo. Passes, chutes, carros, gritos, correria, de lá pra cá, daqui pra lá e vez ou outra um garoto diz:

- Bola nossa !

Agora estão parados, o carro vai passar, tiram as traves, ou os chinelos que formam o gol, do asfalto, esperam e tudo começa novamente. Sem intervalo, sem cansaço, sem contusões, talvez apenas alguns arranhões.

Nesse campo não existe goleiro, apenas futuros craques buscando a vitória, o orgulho de vencer os vizinhos da rua de baixo e ser campeão do torneio do bairro.

Quando a noite chega, o juiz apita o final do jogo:

- Olha a hora ! - gritam as mães.