Fui arrancada do delírio pela força do presente, o ronco dos
motores, buzinas, poluição, rios imundos que um dia o povo pôde beber, a falta
de humanidade que se alastra, arrogância, os ácaros da sociedade fazem minha
pele coçar, compromissos, elitismo, transporte público e a falta daquilo tão
necessário nessa correria toda da sociedade, a paz de espírito.
Assim como o recém-nascido chora ao sair do ventre da mãe, o
retorno à velha cidade e seus mecanismos de funcionamento quase me fez chorar.
Preferia ficar no ventre da tranquilidade a voltar aqui e continuar a viver
neste emaranhado de estresse. Mas, sou uma criatura da era mais rápida que já
existiu, a era da informação, então... por mais que queira encostar a cabeça no
travesseiro e não pensar em nada, isso não é possível, pois sou um produto desse
meio e sou condicionada a esta adaptação ao retornar.
Tudo volta ao normal, as lágrimas dos primeiros trinta
minutos e a saudade da tranquilidade evaporam quando coloco os pés nesta terra que
nunca para. Adeus sombra e água fresca, estou de volta a selva de pedra.
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