Outro dia, no metrô, estava lendo e percebi um senhor
próximo à porta e algumas jovens estudantes na área de desembarque. Quando
chegou a seu destino o senhor quase passou por cima das moças e aos “xingos”
desceu.
Algumas pessoas que viram a cena acharam um exagero o senhor
ter aquela reação, outras colocaram a culpa nas moças que atrapalhavam o
desembarque. Essas pessoas aproximaram-se da área de desembarque e ali ficaram
discutindo o acontecido:
- Ah... Conheço gente assim. Está sentada lá no meio do
ônibus, não se move nem um pouquinho até a porta e só quando ele para é que ela
fica aos berros para descer!
Outra dizia:
- A culpa é dessas meninas que ficaram ali atrapalhando!
Essa gente não se enxerga mesmo!
Eu continuava lendo e quando me aproximava da estação,
levantei e fiquei próxima a essas pessoas, a alguns passos da porta. Para minha
surpresa tive que pedir “com licença” com firmeza, pois elas estavam ali
atrapalhando o desembarque. Logo elas, cidadãos tão corretos que condenam a
falta de cidadania. Minha vontade era dizer “hipócritas” com todas as letras,
mas encontro aqui uma forma muita mais impactante de protesto.
Quem é você para julgar alguém? Condenar certas atitudes e
agir da mesma forma. É o sujo falando do mal lavado. Pessoas que pensam apenas
no erro do outro e não enxergam o seu próprio. Onde estão os bons exemplos? Só
critique se você não fizer exatamente aquilo que condenou. Não foi Jesus que
disse:
- Quem não tiver pecado que atire a primeira pedra!
Pois é, estão sobrando pedras por aí.
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