terça-feira, 11 de junho de 2013

A Semente

Acredito que sou escritora pela influência da minha tia. Ela trabalhava como auxiliar de enfermagem em uma grande editora e companhia de papéis, conhecia muita gente e era queridíssima e, por causa do carisma, ela arranjava algumas preciosidades para mim.

Fazia um longo caminho de trem até chegar ao grande complexo industrial. Era uma viagem desconfortável e muito pior do que hoje em dia, pois às vezes as pessoas ficavam penduradas na porta do vagão e corriam risco de vida.

Mesmo assim, ela trazia aquelas jóias deformadas, mas que mantinham sua preciosidade interior, livros únicos, pois se diferenciavam do padrão estipulado para a impressão. Eram livros infantis, romances, dicionários e muitos outros gêneros.

Ela cultivava o hábito da leitura desde adolescente. Como toda menina, devorava romances cor-de-rosa e era envolvida por aqueles amores impossíveis, depois passou a leituras ligadas ao desenvolvimento espiritual e emocional.  

Estava sempre disposta a ajudar, totalmente altruísta, sabia a lição que precisava tirar da vida, irreverente, interessante, cativante, inteligente e deixou como legado essa semente da leitura que germinou e cresceu. Aprendi a apreciar os livros, pois eu não ligava nenhum pouco e hoje eles são uma parte importante da minha existência.

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