Acredito que sou escritora pela influência da minha tia. Ela
trabalhava como auxiliar de enfermagem em uma grande editora e companhia de
papéis, conhecia muita gente e era queridíssima e, por causa do carisma, ela
arranjava algumas preciosidades para mim.
Fazia um longo caminho de trem até chegar ao grande complexo
industrial. Era uma viagem desconfortável e muito pior do que hoje em dia, pois
às vezes as pessoas ficavam penduradas na porta do vagão e corriam risco de
vida.
Mesmo assim, ela trazia aquelas jóias deformadas, mas que
mantinham sua preciosidade interior, livros únicos, pois se diferenciavam do
padrão estipulado para a impressão. Eram livros infantis, romances, dicionários
e muitos outros gêneros.
Ela cultivava o hábito da leitura desde adolescente. Como
toda menina, devorava romances cor-de-rosa e era envolvida por aqueles amores
impossíveis, depois passou a leituras ligadas ao desenvolvimento espiritual e
emocional.
Nenhum comentário:
Postar um comentário