Até alguns anos atrás escrevia cartas de próprio punho para
uma velha amiga. Ela não tinha e-mail, nem tampouco créditos no celular para
trocarmos SMS, então nossa comunicação era muito tradicional.
Quando a amizade é verdadeira ultrapassa as distâncias e
qualquer tecnologia existente. Mesmo com os grandes intervalos de resposta
entre uma carta e outra, que duravam meses, eu sabia que poderia contar com ela
a qualquer momento. Tinha um quê de sexto sentido a nossa amizade.
Cartas... Elas trazem a essência do ser naquelas mal
traçadas linhas, a personalidade expressa na caligrafia única, muito diferente
da impessoalidade contida nas fontes padronizadas dos editores de e-mail. As
marcas feitas pelas mãos que dobraram o papel, o perfume que ficou impregnado
no envelope cuidadosamente lacrado, sinais de carinho e atenção.
As mensagens via SMS, muito comum nesse mundo apressado, tem
seus limites de caracteres que restringem a plena expressão das emoções. A
comunicação é muito mais ágil, porém impessoal demais para quem precisa de mais
humanidade.
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