quinta-feira, 11 de julho de 2013

Vitor Hugo

Ele era baixinho, branquelo e ranzinza. Às vezes deitava no sofá para provocar a ira do dono da casa. Tinha um quê de abusado, porém era muito amável. Não era daqueles que anseiam a sua chegada, mas era discreto em suas emoções.

Uma vez ele almoçou conosco, portou-se tão bem à mesa que até parecia um verdadeiro “gentleman”, era um pouco metido. Meio territorialista e ciumento envolveu-se em algumas brigas, mas tudo acabava bem e em pouco tempo fazia novos amigos.

Depois que minha mãe faleceu, ele se afastou. Nunca mais entrou lá em casa, ficou completamente abatido, sentia-se abandonado e não resistiu à dor da perda. Momentos depois de sua morte caiu uma daquelas chuvas fortes com direito a trovoadas, esse era um dos maiores medos daquele cãozinho.

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