Ele era baixinho, branquelo e ranzinza. Às vezes deitava no
sofá para provocar a ira do dono da casa. Tinha um quê de abusado, porém era muito amável. Não era daqueles que anseiam a sua
chegada, mas era discreto em suas emoções.
Uma vez ele almoçou conosco,
portou-se tão bem à mesa que até parecia um verdadeiro “gentleman”, era um
pouco metido. Meio territorialista e ciumento envolveu-se em algumas brigas,
mas tudo acabava bem e em pouco tempo fazia novos amigos.
Depois que minha mãe faleceu, ele se afastou. Nunca mais
entrou lá em casa, ficou completamente abatido, sentia-se abandonado e não
resistiu à dor da perda. Momentos depois de sua morte caiu uma daquelas chuvas
fortes com direito a trovoadas, esse era um dos maiores medos daquele cãozinho.
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