Espremido, moído e cansado o corpo segue para a tortura de
um emprego sem graça. O corpo segue, mas a alma fica deitada na cama. A alma no
ápice da preguiça, o corpo no túmulo da obrigação e o pensamento lá no alto é
levado pelo vento gelado para uma terra distante.
Telefones tocam, clientes esbravejam, chefes com seus ares superiores lançam olhares de capataz diante dos escravos computadorizados, sistemas caem, impérios crescem e às custas do suor derramado por aqueles trabalhadores desalmados uma nação tenta se erguer.
A alma fica em casa todos os dias e não seria tão vagabunda se gostasse do emprego que carrega o corpo diariamente. Espremido, moído e cansado o corpo reclama das escolhas erradas com cara de inevitáveis que levaram a situação atual. A alma ainda dorme.
Um dia a alma tem um estalo e resolve levantar da cama. É um daqueles momentos únicos de iluminação onde surge o sentido da vida. Ela deixa a preguiça de lado e resolve partir junto com o corpo para lutar pelo verdadeiro propósito de ser.
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