Contou que dias depois da viagem ele foi ao bar, ficou conversando com alguns amigos, quando um deles fez um comentário emocionante:
- Sabe o Albino? Ele tá precisando de um guarda-roupa, mas não pode comprar, tá desempregado há uns nove meses.
O “bondoso” Mário ficou comovido com a situação de Albino. O homem morava com a família em uma favela, um barraco de cinco por cinco metros, desempregado, não podia nem guardar a roupa lavada, o esgoto correndo ao lado do tanque, situação triste.
Mário decidiu dar o guarda-roupa que estava desmontado na garagem de casa, chamou um amigo e foram buscar a doação. Colocam o guarda-roupa no carro e seguem até a favela Maria Fumaça onde mora Albino. Sobem as escadas irregulares e desembocam na porta do barraco. Batem na porta de madeira apodrecida, a esposa atende, os cinco filhos dormindo no chão frio e Albino, surpreendem-no chorando com as mãos no rosto enrugado, marcado pela desigualdade. A família carente da favela que nunca teve onde guardar as roupas lavadas é agraciada com a boa ação de Mário, que até derramou algumas lágrimas e no final deu cem reais aos carentes.
Dora ficou tão emocionada com a estória que chorou. Mário consolou Dora, fingiu estar emocionado também e os dois se abraçaram ternamente. Mais uma vez Dora, sentimentalista, romântica e apaixonada, cedeu.
Mais tarde telefonou a irmã, qual não foi a surpresa desta ao descobrir o que havia acontecido.
Dora disse a Vilma que Mário havia feito uma boa ação, deu o guarda-roupa para um homem carente que mora na favela. parecia constrangida ao telefone e muito sem graça desejou parabéns pelo aniversário a irmã. Vilma não acreditou, mas pensou que deveria ficar conformada, afinal, nada mais poderia fazer.
No outro dia ligou cancelando o carreto, sem imaginar que o carreteiro devia a Paulo, seu ex-amante, que comprou o guarda-roupa de Mário, seu “cunhado”.
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