Tanto tempo passou. Os ouvidos mudos e as bocas surdas.
Nenhuma notícia, ou sinal de fumaça. No momento prevalece a dor da lembrança e
o gosto amargo do esquecimento. Preciso de um remédio para acabar com essa
agonia que passa como um filme. Um filme em preto e branco.
Na transição das imagens surge um fio de esperança. Um
pontinho azul lá no horizonte pálido, depois percebo que são gotas de tinta que
lentamente colorem o filme. O mar e a espuma das ondas ganham vida, a areia
fofa que escalda os pés deixou de ser cinza, aos poucos a dor se esvai entre os
nuances do Technicolor.
Tanto tempo passou, mas eu não passei.
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