Respiro os arranha-céus de janelas azuis. As escadas
rolantes. O shopping center que não tem relógios nas paredes.
A Praça da Sé e a Paulista. Respiro os bares na Augusta.
Michês nas janelas dos carros. Os engravatados no happy hour.
Respiro a barulheira dos camelôs em frente ao Parque Dom
Pedro. As feiras livres. Sanduíches de mortadela no Mercadão.
Respiro as óperas no Teatro Municipal. Obras renascentistas
no centro. Modigliani no Masp e grafite nas ruas. A arquitetura do centro
velho.
Respiro a literatura. Carrego debaixo do braço livros
emprestados na Biblioteca Mario de Andrade. Leio no banheiro da Casa das Rosas.
Respiro a diversidade na Praça da República. As baladas da
Frei Caneca. Os corações tresloucados no Largo do Arouche. A liberdade está na
parada.
Respiro a vida e sei que cabe muito mais coisa, preciso de
fôlego. Certas coisas ainda prendem minha respiração. Intolerância, corrupção,
violência, miséria, injustiça, desigualdade, contudo, São Paulo é meu pulmão,
não respiro sem essa cidade.
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