Seguem meus passos, muitas vezes direcionam os caminhos,
dizem algumas verdades que teimamos em fingir que não é por aí. Nas suas
páginas amareladas pela vela – o sebo – está a liberdade. Liberada, livrada,
livre, a raiz da palavra livro.
Liberdade. O livro sempre buscou criar e dar asas e através
da oratória ele começou a sua jornada rumo à popularidade. Bem antigamente, os romanos realizavam a
leitura das obras em público e assim surgiram os primeiros recitais literários,
tanto para plebeus quanto para os ricos, em particular. Ainda assim, esse instrumento
de liberdade chamado livro estava nas mãos de poucos. Foram destruídos no
incêndio suspeito da Biblioteca de Alexandria, passaram pelas mãos de seletos
monges copistas e o povo olhava pela janela a sombra do saber.
Vários séculos depois, Gutenberg inventou os tipos móveis
reutilizáveis, revolucionou a imprensa e por fim popularizou o conhecimento e a
aprendizagem em massa. Mas, os livros que lutaram tanto para serem
popularizados ainda não são POP, principalmente no Brasil.
Apesar de sermos escravos da era digital e tantos livros
serem transformados em áudio, estarem disponíveis para celular, tablets e E-Readers
ele não faz parte do dia-a-dia de muita
gente. No ônibus, metrô, o ascensorista no elevador, alguns são exceção. Estão sempre com algum
amigo debaixo do braço, escondido na bolsa ou no fundo da mochila.
Os livros libertam e escravizam ao mesmo tempo, pois o vício
pelas palavras é mais forte. Ainda há pessoas que preferem entrar e comprar um
exemplar de papel, sentir o seu cheiro, a textura da capa, se for usado, os
rabiscos nas páginas, a encadernação que se esfarela e exibe o conteúdo vivo que
reacende o viver em quem lê.
Ler significa eleição, escolha ...
Então, se escolho ler um
livro eu escolho ser livre.
Crédito: http://www.sxc.hu/photo/1183643
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