- Vai lá, deixa esse orgulho de lado e conversa com ela!
A razão com os pés fincados na terra rebateu:
- Ora essa! O melhor a fazer é esperar o tempo curar as
feridas.
A mágoa que estava num canto da alma opinou:
- Deixa de ser boba! Ela que venha até você. Lembra daquela
vez? Quando ela te deixou esperando na estação de metrô? O mundo não gira em volta
daquele umbigo.
Mas, quem é ela?
Ela estava lá quando eu não conseguia chorar, dormir ou
comer. No dia da dor ficou ao meu lado e depois, no florescer da vida. Sua
presença é tão forte que traz à tona a consciência ofuscada pelo orgulho. Será
que a máscara da mágoa, mesmo tão pequena, vai aguentar essa pressão?
Três juízes, o coração, a razão e a mágoa, perseguem
meus sonhos, lutam bravamente no campo da consciência, mas eu resisto com essa
cabeça dura.
Este sentimento infecta nossos pensamentos como um verme, é
capaz de apodrecer a alma e enegrecer o coração. É a assassina do amor, amizade
e da razão. Ela cria demônios, coisas que não existem, faz um drama das
fraquezas e atua no palco da insegurança.
Mas, como abrir uma cabeça dura? Que tenta a todo custo se
proteger da dor? Da rejeição? Do medo de sentir? Que aprendeu a ser com as
lições da vida, mas ainda tem tanto para viver e aprender.
A resposta para o dilema está lá, onde sempre estão todas as
respostas que desejamos, dentro da caixa forte, guardada a sete chaves no cofre
do meu ser.
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